quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Qualidade do ar

     Pesquisar a qualidade do ar em interiores tornou-se um tema de pesquisa importante na área de saúde pública. Atualmente, muitos trabalhos mostram que as baixas taxas de troca de ar nestes ambientes ocasionam um aumento considerável na concentração de poluentes químicos e biológicos no ar. Como todos nós passamos boa parte de nossa vida diária em recintos fechados, a preocupação com concentrações de contaminantes no ar nestes ambientes é justificável.
     Segundo Neil Klepeis et al (2001), em média, 87% do dia é passado em ambientes fechados (69% em residências) e 6% é passado em veículos fechados, sendo apenas 7% passado ao ar livre (pesquisa entre americanos – Conforme demonstrado no gráfico abaixo). Como a maior parte do ar inalado é ar contido nesses ambientes, a exposição aos poluentes aí contidos constitui a maior parte da exposição à poluição.



     Pela razão de vivermos em uma região de clima temperado (IBGE), a diferença climática acarreta uma variação considerável na dinâmica atmosférica em ambientes internos e externos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera a poluição do ar um dos principais problemas de saúde ambiental. Ela é associada ao aumento no número de consultas, internações e mortalidade por doenças respiratórias. Estimativas mostram que, globalmente, 4-8% das mortes prematuras são devidas à exposição de material particulado (esporos de mofo, amianto, fibras sintéticas, restos de inseto e de comida, pólen, aerossóis de produtos como desodorantes e fixador de cabelos, etc.) e que 20-30% de todas as doenças respiratórias devem ser causadas pela poluição. E a poluição em ambientes fechados tem grande relevância para nós, devido ao maior tempo de permanência do homem em ambientes fechados, o que na verdade, vem já de antigamente: dados arqueológicos evidenciam que os primeiros humanos utilizavam o fogo em ambientes fechados.

     Sabemos que o nosso corpo necessita de ar para o seu funcionamento. Seu metabolismo (reações químicas que ocorrem no organismo) depende do uso do oxigênio, captado pelo sistema respiratório, e dos nutrientes, degradados no sistema digestivo, para prover a energia necessária para energizar as atividades celulares. Entretanto, o ar que o nosso sistema respiratório capta não é composto apenas por oxigênio, há vários outros elementos. E alguns desses elementos podem causar danos à nossa saúde, aos materiais, à fauna e à flora, os classificados como poluentes.
Estudamos a qualidade do ar com intuito de formar conclusões mais concretas sobre este tema, já que no Brasil não existe nenhuma medida conhecida que avalie esta exposição com as devidas ponderações.
Fonte: www.teleios.com.br
Compreender os possíveis efeitos na saúde associados aos contaminantes do ar em ambientes internos é fundamental para diagnosticar e remediar os problemas de qualidade do ar. Diferentes doenças se proliferam em ambientes fechados, incluindo salas de aula. Principalmente as doenças que atingem o nosso sistema respiratório. Conforme dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), as doenças respiratórias ocupam o terceiro lugar entre as causas de morte no mundo. Dentre as doenças, alergias e infecções destacam-se:


Alergia
Fonte: www.umadicapordia.com.br
    A alergia é uma reação do corpo a substâncias que podem ser encontradas em alimentos, roupas, animais, poeira ou mofo. No inverno, as alergias típicas são as que envolvem o aparelho respiratório. Por isso, causam tosse e coceira nos olhos e na pele.

Asma
   É causada por uma reação alérgica ou por infecção das vias respiratórias. É uma inflamação do pulmão e das vias aéreas, que congestiona os brônquios e impede a entrada do ar aos pulmões. A falta de ar e o chiado – aquele barulho de “gatinho” ao respirar, são os primeiros sintomas. Se não tratada, pode causar enfisema pulmonar.

Bronquite
    Ocorre quando os brônquios ficam inflamados e o ar não consegue chegar aos pulmões. Daí vem o catarro e a tosse seca com chiado. Se não for tratada, a tosse se agrava, aparecem escarros e a bronquite pode progredir para uma pneumonia. Uma forte fadiga, mal-estar geral e febre também podem ocorrer. Alergias, irritações pela fumaça ou fumo, podem causar a bronquite. Quem está com bronquite (Figura 04) não deve fumar ou ficar em locais fechados ou poluídos.


Fonte: www.sambemat.com.br

Gripe
   Muito contagiosa, é causada pelo vírus influenza, transmitido pelo ar por meio de gotículas de saliva. Ataca o nariz, a garganta e os pulmões. Se não tratada corretamente pode virar pneumonia ou meningite. Seus sintomas: febre alta, dores musculares e nas articulações, calafrios, dores de cabeça e inflamação dos olhos.

Rinite
   Não-contagiosa, é uma inflamação no nariz, que aparece de tempos em tempos devido a alguma alergia. Reação alérgica a pó, cigarro e reações a medicamentos causam rinite. Mofo, fumaça, tinta fresca pioram os sintomas.

Sinusite
    A sinusite é uma inflamação não-contagiosa que ataca a parte interna dos seios da face e deixa o nariz congestionado, provoca dor de cabeça, tontura, febre, inchaço nas pálpebras e mal-estar.

Fonte: www.noticiaki.com
 

Influência do Inverno
     As doenças, alergias e infecções citadas anteriormente, além de disseminarem-se mais facilmente em ambientes fechados ou com ventilação reduzida, também surgem mais precisamente na época do inverno. Isso ocorre porque é nesse período que o ar se torna mais seco e frio, há um aumento na aglomeração de pessoas, que normalmente costumam ficar mais próximas em ambientes fechados, e a poluição se intensifica. Isso possibilita que vírus e bactérias se espalhem com mais facilidade.
Segundo a infectologista Danielle Borges Maciel, é o ambiente perfeito para os vírus se proliferarem:

“Os vírus respiratórios que causam as infecções, em particular o vírus influenza (gripe), sobrevivem por um tempo maior em temperaturas mais baixas, por isso gripe é doença de inverno”, afirma.

“As pessoas nessa época do ano passam mais tempo dentro de casa, com as janelas fechadas, e quando resolvem sair para passear, ao invés de ir a um parque, escolhem o shopping. Esse aglomerado de gente em lugares fechados acaba facilitando a propagação de bactérias e vírus, aumentando o número de infectados.” Explica a doutora Marina Buarque de Almeida, diretora do Departamento de Pediatria da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT).

     Segundo o pneumologista do Hospital do Coração, de São Paulo, Dr. Carlos Carvalho, na época do inverno os hospitais e clínicas da cidade registram um aumento de 30 a 40% no atendimento à pacientes com doenças respiratórias. E que as crianças e os idosos são os que mais procuram um especialista.



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